A falta de iluminação temática no período de Natal tem chamado a atenção de quem frequenta a Baixa dos Sapateiros, no Centro Histórico de Salvador. A ausência de planejamento para a avenida comercial evidencia o abandono de uma das regiões mais importantes da capital baiana e principal acesso ao Pelourinho.
“A rua cantada em verso e prosa, mundialmente conhecida pela música de Ary Barroso, pertence ou não ao nosso Centro Histórico, que em 2025 completa 40 anos de tombado pelo Patrimônio Histórico?”, questiona Aladilce Souza, vereadora eleita pelo PCdoB e já diplomada.
Nesta segunda-feira (23), ela enviou ofício ao diretor de Iluminação Pública da prefeitura, Ângelo Mário de Magalhães Neto (Semop), solicitando que ilumine a área em atenção a pedido dos comerciantes locais, moradores e frequentadores.
Aladilce observa que a prefeitura, este ano, concentrou toda a decoração de final de ano, baseada na iluminação pública, justamente nas ruas centrais da cidade, como Avenida Sete de Setembro, Rua Chile, Praça da Sé e Pelourinho.
“Esquecendo que a Baixa dos Sapateiros está super movimentada, chegando a engarrafar, com famílias inteiras se dirigindo aos pontos de apresentação dos corais e outras atrações”, comentou, frisando que o único prédio iluminado, por conta própria, é o Quartel do Corpo de Bombeiros, na Praça dos Veteranos.
Decadência
Em conversa com o produtor cultural e morador da área, Geraldo Badá, Aladilce, que em janeiro assume o quinto mandato na Câmara Municipal, apoiou o pedido da Associação dos Empreendedores da Baixa dos Sapateiros, Barroquinha e Adjacências (Albasa), dirigido ao diretor de Iluminação Pública, Ângelo Mário de Magalhães Neto, no sentido de atender à reivindicação do comércio local e ainda iluminar a região para as festas de final de ano.
“É uma reivindicação justa. A administração municipal deixou a Baixa dos Sapateiros, que já foi um comércio efervescente, popular, entrar em decadência nos últimos anos, sobretudo após a retirada de dezenas de linhas de ônibus e a desativação dos terminais da Barroquinha e Aquidabã”, defendeu a vereadora.
Aladilce assumiu o compromisso de levar para a Câmara o debate sobre a necessidade de incentivos fiscais do Município para estimular a retomada do comércio local, da revitalização da área e recuperação de patrimônios arquitetônicos como o antigo Cine Jandaia.
Outra queixa observada junto aos frequentadores da Baixa dos Sapateiros foi a falta de guardas municipais e de uma programação para atrair o público. Segundo levantamento da Albasa, cerca de 100 das 300 lojas estão fechadas, além de vários boxes do Shopping Baixa dos Sapateiros e dos mercados de Santa Bárbara e São Miguel.
Segundo Aladilce, outra iniciativa pela revitalização da área foi lançada recentemente pelo jornalista e produtor cultural Clarindo Silva, proprietário da tradicional Cantina da Lua, o movimento Preservar para Perpetuar.