O responsável pelo assassinato de Catarine Melhor de Souza Cerqueira, de 27 anos, foi preso nesta quarta-feira (16). O crime aconteceu no São João do Cabrito, no Subúrbio de Salvador, na segunda-feira (14). O acusado, de prenome Paulo, é ex-marido da vítima.
Conforme relatado por familiares de Catarine, o homem de 30 anos escalou a fachada do imóvel e invadiu o local onde a mulher dormia com o casal de filhos. A vítima foi agredida e esfaqueada diante das crianças – uma delas autista.
Segundo a Polícia Civil, Catarine morreu após dar entrada em uma unidade hospitalar com ferimentos graves, incluindo hematomas no rosto e pescoço, além de um corte profundo no ombro esquerdo, realizado com uma arma branca.
Ainda segundo os parentes da vítima, o crime aconteceu no dia em que o divórcio do casal seria oficializado.
Audiência de custódia e tornozeleira eletrônica
O acusado já havia sido preso anteriormente por descumprimento de medida protetiva, mas foi solto em audiência de custódia e passou a usar tornozeleira eletrônica. Dois dias antes do feminicídio, Paulo arrancou o equipamento da perna, impossibilitando o monitoramento.
Após a expedição do mandado de prisão pela Justiça, os investigadores iniciaram diligências e oitivas para localizar o foragido. Durante as buscas, entraram em contato com o pai do suspeito, que aceitou colaborar com a polícia e se comprometeu a apresentá-lo na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) de Periperi.
O homem foi conduzido à Polinter, onde passou pelos procedimentos legais e permanece à disposição do Poder Judiciário.
Super Mãe TEA
O feminicídio chocou a comunidade. Catarine era evangélica e integrava o grupo de mães atípicas Super Mãe TEA. Em nota, o coletivo lamentou o ocorrido e criticou a condução da medida protetiva incapaz de garantir a vida da mulher.
“Catarine clamou pela proteção do Estado para livrá-la de seu algoz, contudo, familiares, amigos e a comunidade atípica amargam a perda se sua companhia, sua alegria e seu entusiasmo de vida para a absurda estatística”, expressou, complementando: “Solidarizamo-nos com a família, em especial, com os filhos que terão de crescer sem a presença do amor maior”.
