O projeto Sons do Subúrbio já pode ser considerado um dos maiores incentivadores da expressão musical presente no Subúrbio de Salvador. Através da iniciativa, artistas que esbarram nas dificuldades econômicas e sociais para quem mora na periferia da capital baiana encontraram a possibilidade de mostrar seus trabalhos com cuidado e suporte profissional.
Iniciado em setembro de 2024, o projeto chega na etapa mais aguardada, com o lançamento do primeiro dos oito EPs nesta quarta-feira (9), nas plataformas de streaming.
A idealizadora do Sons do Subúrbio é a produtora cultural Edmilia Barros, que foi criada na região Suburbana. O projeto surgiu da necessidade de identificar talentos da nova cena na música baiana e promover o desenvolvimento desses artistas.
Segundo a produtora, a ideia também é desfazer estigmas, mostrando a rica diversidade cultural e de talentos musicais da periferia, muitas vezes esquecidos por não terem acesso a recursos e oportunidades para desenvolverem plenamente seu potencial.
“Estou muito feliz por chegarmos a esta etapa de lançamento. Foi um processo longo, mas conseguimos produzir um material de qualidade e dar visibilidade a muitos artistas que, até então, não tinham tido a oportunidade de gravar e divulgar seu trabalho. O resultado final reflete a diversidade e a potência do Subúrbio Ferroviário de Salvador, e mal posso esperar para que o público conheça essas vozes e histórias”, diz Edmilia Barros.
O projeto priorizou artistas que ainda não tinham lançado material ou estão no início da carreira. Cada um com seu estilo e personalidade.
“Temos histórias incríveis, como de artistas que cantavam há anos, mas nunca tinham pisado num estúdio, ou de quem já estava pensando em desistir da carreira artística quando conheceu o projeto. Foi um processo desafiador, mas chegamos a um resultado emocionante, com EPs, videoclipes e ações de profissionalização, como o registro de composições”, ressalta.
Edmilia encerra contando que cerca de 70% da gravação dos videoclipes aconteceram no Subúrbio. Outros espaços simbólicos da cidade, como a Gamboa e a Cidade da Música, também foram usados na locação do trabalho.
O projeto é realizado por Edmilia Barros Produção & Gestão em Cultura, tem patrocínio do Guaraná Antarctica e do Governo do Estado, através do Fazcultura, Secretaria de Cultura e Secretaria da Fazenda.
Foto: Vanessa Aragão/Divulgação